quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Sobral-CE. Enquanto o Ceará tem índice de mortalidade infantil de 18 por mil, Sobral comemora a redução para 14 por mil

Portal Ubaúna - Gleison News
Este município tem conseguido, por meio de uma política de gestão pública, superar várias cidades do mesmo nível populacional quando o assunto é redução nos casos de morbimortalidade materna e infantil. Implantado em dezembro de 2001, o Projeto Trevo de Quatro Folhas tem procurado contribuir para este resultado positivo.
Os números ainda não são oficiais, falta ser lançado no cadastro, mas dados do Centro de Controle da Secretária de Saúde do Município registra que em 2008 nasceram 3.061 crianças, sendo 1.562 do sexo masculino e 1.499 do sexo feminino. Desse total cerca de 40 crianças morreram antes de completar um ano de vida, mantendo o índice de mortalidade de 14 por mil. Em se comparando a situação no Estado, Sobral apresenta um quadro bastante satisfatório. No Ceará, em 2008, foram 18 óbitos para cada mil nascimentos. Outro dado importante registrado no ano passado refere-se aos partos: 3.017 partos normais com um bebê apenas; 42 com gêmeos e uma mulher teve trigêmeos nascidos.
Segundo uma das coordenadoras do projeto, a enfermeira Indhira Sherlock Melo, a cada ano o município tem conseguido reduzir o número de mortalidade nesta fase da vida. Ela atribui ao apoio que o Projeto Trevo de Quatro Folhas desenvolve com as gestantes, puérperas e crianças que se encontram em situação de risco clínico e social. “Desenvolvemos um programa assistencial que é dividido em quatro fases simultâneas, que correspondem à gestão do cuidado na gravidez; no parto e no nascimento; no puerpério e no acompanhamento da criança até o segundo ano de vida”, esclarece. “O apoio social a gestantes, puérperas e crianças, que se encontram em situação de risco clínico e social, é viabilizado pela atuação das mães sociais, quando o apoio familiar é inexistente, e pelo Projeto de Combate à Fome Materna e Infantil, na ausência de apoio alimentar”, acrescenta ela.Mãe socialUma figura importante no projeto são as mães sociais, como são denominadas as pessoas que vivem na comunidade e que são selecionadas e capacitadas para auxiliar as gestantes e puérperas nas tarefas domésticas, orientar as gestantes para o autocuidado e apoiar as mães nos cuidados com as crianças no espaço doméstico ou hospitalar. Elas desempenham um papel importante no resultado de redução dos óbitos.
“Essas pessoas são treinadas para auxiliar as mães que necessitam de apoio familiar, independente da situação financeira. Elas ganham como diaristas. O dinheiro para o pagamento vem da contribuição de voluntários da sociedade civil que nós chamamos de madrinha e padrinho social. As mães são orientadas sobre os cuidados que devem ter com a criança e recebem cestas básicas em caso de pobreza extrema”, destaca a coordenadora.
ConscientizaçãoO primeiro resultado positivo obtido veio logo no ano seguinte à criação do projeto. Em 2002, caiu de 29,2 para 18,7 óbitos por mil nascidos vivos. No ano de 2006, esse índice caiu para 16,7 e, no ano seguinte, foi para 14,3. O sucesso dos números reflete a importância da conscientização de mães e gestantes no cuidado com as crianças. Por meio do Programa Saúde da Família (PSF), os casos mais complicados, como de mães que se recusam a amamentar ou de crianças desnutridas por falta de cuidados ou de alimentação adequada, são encaminhados ao Projeto Trevo.Segundo Indhira Sherlock, o importante é fazer com que a criança fique bem alimentada e no seu peso ideal. Para o maior controle das mães, uma enfermeira visita diariamente todos os hospitais de Sobral para conferir os nascimentos. Preenchendo um cadastro que fica guardado na instituição, todos os recém-nascidos do município podem ser acompanhados de perto pelo projeto.
A iniciativa também tem contribuído para reduzir a mortalidade infantil por causas evitáveis; aumentar a captação de gestantes no primeiro trimestre de gravidez; aumentar o número de gestantes com seis ou mais consultas; e pactuar ações e medidas para a melhoria da qualidade da assistência materno-infantil.
Fonte: DN
WILSON GOMES
Colaborador

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