sábado, 4 de maio de 2013

1ª Beata Negra do Brasil será reconhecida neste sábado


A cerimônia da Igreja Católica para oficializar a beatificação de Nhá Chica - Francisca Paula de Jesus, a primeira negra a ser declarada beata no Brasil - será realizada neste sábado, a partir das 15 horas, em Baependi,município mineiro que fica a 400 quilômetros de Belo Horizonte. O ritual de beatificação será realizado no Santuário Nossa Senhora da Conceição, onde estão hoje os restos mortais de Nhá Chica. Desde o início da manhã, romeiros chegam à cidade para participar do momento histórico para os fiéis. A expectativa da organização da cerimônia é de que 40 mil pessoas passem pela cidade neste sábado.

A Polícia montou um esquema de segurança no município. Policiais do esquadrão antibombas fizeram uma varredura no pátio onde a cerimônia será realizada. Cerca de 200 militares estão em Baependi para fazer a segurança do local.

A comissão de beatificação de Nhá Chica começou os trabalhos em 1989. O Vaticano, em 1991, deu a ela o título de Serva de Deus. O primeiro registro de milagre foi feito em 1995, por uma professora que diz ter sido curada de um problema congênito do coração na véspera de fazer a cirurgia. Em 2011, o papa Bento XVI aprovou as virtudes da religiosa e deu o título de Venerável a ela. A comissão médica da Congregação das Causas dos Santos do Vaticano aprovou o milagre em outubro de 2011, concordando que não havia explicação científica para a cura da professora. A comissão de cardeais também confirmou o milagre em 2012. O decreto de beatificação de Nhá Chica foi assinado pelo papa Bento XVI em junho de 2012 e a cerimônia marcada para este sábado. 

História
Francisca de Paula de Jesus nasceu no Distrito de Santo Antônio do Rio das Mortes, em São João Del Rey (MG), e foi morar em Baependi ainda pequena com a mãe, uma ex- escrava, e o irmão Teotônio. Em 1818, quando ela tinha 10 anos, a mãe morreu deixando ela e o irmão, que tinha 12 anos, órfãos. Segundo os fiéis, Nhá Chica ficou sob a proteção de Nossa Senhora da Conceição, que chamava carinhosamente de "Minha Sinhá". Ainda na juventude, ela era procurada para dar conselhos, fazer orações e dar sugestões para pessoas que lidavam com negócio na cidade. Segundo o site dedicado à beatificação de Nhá Chica - www.nhachica.org.br, a fama de santidade se espalhou e as pessoas começaram a visitar Baependi para conhecê-la, conversar com ela e pedir orações. Às sextas feiras, se dedicava à oração e à penitência. 

O irmão dela, Teotônio, foi tenente da Guarda Nacional e vereador. Se casou, mas não deixou herdeiros. Quando morreu, em 1861, deixou sua herança para Nhá Chica. Em homenagem à Nossa Senhora da Conceição, ela construiu, ao lado de sua casa, uma pequena Igreja. Nhá Chica morreu no dia 14 de junho de 1895, com 87 anos, e foi sepultada no dia 18, no interior da Capela construída por ela. Segundo os fiéis, as pessoas sentiram exalar do corpo um perfume de rosas durante os quatro dias de velório. O perfume foi novamente sentido no dia 18 de junho de 1998, 103 anos depois, por Autoridades Eclesiásticas e por membros do Tribunal Eclesiástico pela Causa de Beatificação de Nhá Chica e, também, pelos pedreiros, por ocasião da exumação do seu corpo, segundo informações do site www.nhachica.org.br

Em 1954, a Igreja de Nhá Chica foi entregue à Congregação das Irmãs Franciscanas do Senhor. A "Igrejinha de Nhá Chica", depois de ter passado por algumas reformas, é hoje o Santuário Nossa Senhora da Conceição, onde ocorrerá a cerimônia de beatificação. (Fonte: O Povo)

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